12.29.2009

Wicked Wisdom


De facto, como já foi referido neste precioso blog, o Nu/New-Metal há muito que findou, por isso poder-se-ia pensar que não haveria nada de novo ou de interessante digno de registo neste estilo. Porém existem casos que nos parecem querer dizer muito timidamente o contrário; seja o nu-metal industrial dos Ho-Chi-Minh, o regresso dos Limp Bizkit e dos Spineshank, ou mesmo a prosperidade actual de Slipknot ou Disturbed.

A banda Wicked Wisdom parece outra prova tímida de que algum tipo de ressurreição está acontecer no cenário metal. E tímida, apenas porque o seu alcance de popularidade ainda não foi muito grande, já que as polémicas e factos duvidosos em volta da banda parecem querer transformá-la em algo mais mediático. Formados em 2004, por Jada Smith, mulher de Will Smith, os Wicked Wisdom aparecem num ano em que os grandes monstros do nu-metal começam a afrouxar, o que não impede porém que alguns meses após a sua formação, a banda ganhe a oportunidade de abrir, imagine-se, concertos para Britney Spears. O seu som, não muito distante do nu-metal de Otep (talvez sem a crosta artística da vocalista) parece, no entanto, convencer Sharon Osbourne, que os leva ao 2nd Stage do seu festival familiar, Ozzfest, causando forte desaprovação por parte da comunidade metaleira.

As duras críticas de que são alvo, com acusações de não serem uma banda de metal a sério, chegam mesmo a levantar petições para que a banda não faça parte do festival e, Will Smith, ameaça aparecer em palco caso estes sejam impedidos de actuar. Mas o certo é que a prestação da banda fica bastante afectada e, fartos de serem vaiados pelo público, os Wicked Wisdom não ficam até ao fim no Ozzfest.

Apesar falta de credibilidade que a banda tem conseguido arrecadar desde o início, Jada parece não querer desistir, e o seu novo álbum está aí para ser degustado…ou não.




Wicked Wisdom

Formação: Jada Pinkett Smith (vocal), Pocket Honore (guitarra e vocais), Rio (baixo e vocais), Cameron 'Wirm' Graves (guitarra e teclados)
Discografia: My Story (2004), Wicked Wisdom (2006), Wrath Of The Wicked (2009)
Site oficial

12.25.2009

Xmas Time!

Pois aqui vão os votos de um Natal super (new) metaleiro! Esta é a prenda que deixo no vosso sapatinho.

Excelente música e vídeo!


'Ghostflowers' é o primeiro single retirado do álbum 'The_Ascension' dos Otep, lançado em 2007 pela 'Capitol Records'. Á frente da banda está a carismática Otep Shamaya, que desde o seu início, em 2000, tem-se pronunciado de uma forma bastante activista contra o capitalismo e a governação americana.

12.22.2009

O Barómetro Nu-Metaleiro


Dope



Pegar no estilo de Marilyn Manson e Rob Zombie e juntar uns apontamentos à la Korn até que poderia resultar em algo de interessante a ser utilizado por uma banda como os Dope. Mas só porque estávamos em pleno ano 2000 e porque ideologias de revoluções feitas de strippers e drogas leves ainda pegavam quando Marilyn Manson era chocante.
Se já é uma tontice tipicamente americana continuar a apostar em tópicos que só Mr. Manson conseguiu manejar com destreza e inteligência, considerar um orgulho que a música ‘Die MF Die’ (Die Motherfucker Die) faça parte da playlist de tortura utilizada pelos soldados americanos no Iraque, revela-se uma tontice ainda maior.
Já são poucos os que no Ocidente tem paciência para aturar uma banda com nome de narcótico, e Edsel Dope e companhia pensará porventura que o caminho a seguir é divulgar o nome da sua banda pelo Médio Oriente.
Site oficial




Disturbed



Andaram muito tempo a convencer meio mundo com patranhas de que se tratavam de uma banda de hard rock dos anos 80, e não de Nu-Metal como eram acusados, e lá acabaram por conseguir que a sua duvidosa história fosse creditada. Os Disturbed apresentam-se em 2009 cada vez mais fortes e imponentes, tentando provar não serem mais uma banda saída de um cenário popular. Pelo menos foi o que transpareceram com a intensa tour feita pela Europa durante o Verão, como cabeças de cartaz nos principais festivais metaleiros. Vinnie Paul (Pantera, Hellyeah) já afirmou que o futuro do heavy metal americano estaria nas mãos dos Disturbed. É porque sim…
Myspace



Soil



Poderá parecer estranho que uma banda aquando da sua formação pratique death metal técnico (sim, death metal!) e que no álbum seguinte se apresente com um som não muito distante dos horizontes de Godsmack, Staind ou dos supra-citados Disturbed. No entanto se falarmos em ‘contrato com editora’ a estranheza poderá esvair-se rapidamente.
O certo é que isto não impediu que os Soil continuassem a lançar trabalhos de qualidade dentro do estilo que adoptaram e o novo registo será prova deste facto – apesar de não ser nada de brilhante, é um álbum interessante e coeso, o que já não é nada mau dentro deste género.
Myspace

12.15.2009

Mudvayne


Vamos lá esclarecer uma coisa; os Mudvayne são a minha banda favorita! Por isso torna-se difícil falar deles, ainda por cima quando eu os considero a melhor banda de Nu-Metal. Poder-se-á achar estranho só agora lhes dedicar um post, quando os considero a melhor banda de Nu-Metal, mas o certo é que os Mudvayne não tiveram assim uma função tão importante para a história do malogrado estilo, ao contrário dos Korn ou Coal Chamber.

De facto, os Mudvayne já apareceram algo tarde no cenário new-metaleiro (2000), mais propriamente na segunda vaga de bandas de Nu-Metal, aquela que trouxe mais lixo do que propriamente qualidade. No entanto, a banda de Chad Gray foi das poucas coisas realmente interessantes que escaparam a esse reduto, representando a vertente mais progressiva e alternativa do género. Além disso, mostraram que o estilo poderia crescer em técnica e qualidade, sem ficar naquele conjunto de bandas pré-fabricadas que serviram de entretém à programação da MTV.


Com o primeiro álbum, L.D. 50, o vocal competente de Chad Gray, o excelente trabalho de baixo e bateria provou não serem uma mera cópia de Slipknot como inicialmente foram acusados, tornando-se este álbum num clássico do género. Contudo, há muito que estes desistiram de mostrar as suas habilidades na construção de músicas, e os seus últimos registos têm ficado cada vez mais aquém.

Com o segundo álbum, The End Of All Things To Come, a banda abre novos caminhos para a sua sonoridade, que apesar de tudo, será a partir daí que a banda regista uma linha de queda cada vez mais abrupta. Em Lost And Found, lançado em 2005, a banda aposta em demasiados rádio hits e o característico nível de progressividade que os Mudvayne continham afrouxa demasiado. Depois, The New Game, em 2008, não abre nenhum jogo nem estratégia nova e cai na monotonia do ‘já-ninguém-lhes-liga’.


E agora, com o novo álbum a ser lançado a 22 de Dezembro, que esperar dos Mudvayne neste momento? Um passo à frente e juntar-se a outras bandas como Slipknot, Disturbed ou Deftones que se ‘safaram’ do esquecimento do Nu-Metal, ou cair na sombra infinita a que o estilo foi condenado?

Uma coisa pode ser certa; mesmo que o novo trabalho seja fraco, qualquer um dos álbuns dos Mudvayne tem um nível de qualidade superior à grande parte dos álbuns lançados dentro do Nu-Metal.

Mudvayne
Formação: Chad Gray (vocal), Greg Tribbett (guitarra), Ryan Martinie (baixo), Matthew McDonough (bateria)
Discografia: L.D. 50 (2000), The End Of All Things To Come (2002), Lost And Found (2005), The New Game (2008), Mudvayne (2009)
Myspace

12.08.2009

Ho-Chi-Minh

Os Ho-Chi-Minh bem que podem ser considerados como os únicos representantes da vertente Nu-Metal em Portugal. A banda alentejana, continua a apostar desde o início da sua formação, em 2001, num metal de vertente industrial muito próximo de Spineshank e, principalmente, de Static-X.

O facto é que é de louvar saber que os Ho-Chi-Minh continuam a praticar uma sonoridade que, apesar de na altura da sua formação estar de boa saúde, encontra-se mais que datada actualmente. Assim, a banda pouco ou nada altera a estrutura da sua música desde o lançamento do primeiro EP em 2004, e sem esconder as suas influências mais directas, disponibiliza agora o seu primeiro álbum - ‘It Has Begun’.

Apesar das muitas críticas que se fazem ao Nu-Metal Industrial e a bandas como Static-X, os Ho-Chi-Minh têm tido uma excelente recepção por parte do público nacional, o que nos permite concluir que as críticas que se fazem a este estilo musical devem-se muito mais a preconceitos do que propriamente à qualidade intrínseca de uma banda.

Os Ho-Chi-Minh são alvos frequentes de comparações com a banda liderada por Wayne Static, Static-X.

Ho-Chi-Minh:
Formação actual: Skatro (Voz e teclados), Rosa (guitarra), Aresta (guitarra), João franco (baixo), Pina (bateria)
Discografia: Ho-Chi-Minh EP (2004), It Has Begun (2009)
Myspace

12.05.2009

A moda no Nu-Metal

Rayna Foss-Rose, baixista dos Coal Chamber.

O resultado das diversas influências musicais dos artistas de New Metal deu origem a uma aparência e estilo de vestir muito peculiares, causando motivo de estranheza e chacota aos mais ligados à indumentária tradicional do heavy metal. O industrial e o hip-hop foram sem dúvida as duas culturas urbanas mais presentes na moda nu-metaleira; era muito comum observar-se nos músicos uma mistura de dreadlocks coloridas, calças largas, roupa de látex ou botas de plataforma:


Deftones. Calças largas a caírem, meias compridas às riscas, sapatilhas all star e uma constante presença de marcas como Adidas ou a Converse são algumas das características do visual dos Deftones, nomeadamente do seu vocalista, Chino Moreno.

Com esta forma de vestir, inspirada principalmente na cultura skater, Chino criou um conceito muito próprio em volta da banda, garantindo uma sólida base de seguidores que imitam o seu estilo.



Coal Chamber. A banda liderada por Dez Fafara foi a mais marcadamente gótica que existiu no Nu-Metal até aos dias de hoje. A sua aparência obscura e exuberante era visível nas roupas escolhidas pela banda, sendo que as suas apresentações, exploradas até ao limite, faziam lembrar a cultura drag queen.

Dreadlocks, penteados coloridos ou roupas escuras de materiais sintéticos eram algumas da características principais.



Slipknot, Mudvayne, Mushroomhead, Motograter. Algumas bandas de Nu-Metal ficaram conhecidas por se servirem de uma aparência teatral, com recurso ao uso de máscaras ou pinturas faciais, que lhes conferia um ar violento e chocante. Os Slipknot ou Mudvayne são os casos mais mediáticos, se bem que também existem outras bandas tal como Motograter e Mushroomhead. Esta última reivindica que a ideia original do uso de máscaras foi destes e não dos Slipknot, que obtiveram um maior reconhecimento pela sua utilização.