Falar em qualidade dentro do Nu-Metal será sem dúvida, falar nos Otep. A banda liderada pela vocalista de mesmo nome (Otep Shamaya) representou com o seu aparecimento, uma nova forma de ver as coisas dentro deste género. O Nu-Metal conhece, através de Otep Shamaya, o seu lado mais poético e sombrio, mas também cada vez mais próximo de um estilo que se poderia revelar antagónico – o Death Metal. Os seus vocais agressivos e melódicos, que têm tanto de sexy como de gélido e assustador, representam a força motriz desta banda que consegue, desde o início, uma posição coesa e um sólido seguimento.
Contudo, por muito que o trabalho da vocalista tenha mérito, o mesmo não se poderá dizer da execução técnica da banda, que tem sempre presente a sombra de Mudvayne e principalmente, de Slipknot. E este é o seu maior problema. Problema este, que ganhará uma maior dimensão quando estamos perante o quarto álbum da banda – ‘Smash The Control Machine’. Otep e companhia terão porventura esquecido que já lançaram os álbuns ‘Sevas Tra’, ‘House Of Secrets’ e ‘The_Ascension’ e que este novo será o álbum de estreia. É que só desta forma é que poderemos tomar este álbum como algo de excitante.
A comparação de músicas como
‘Rise, Rebel, Resist’ ou o single
‘Smash The Control Machine’ com as velhinhas ‘T.R.I.C.’ e ‘Battle Ready’ é inevitável, e em nada se revela positivo. Até porque a determinada altura, já não há pachorra para músicas cantadas em rap juntas a umas malhas bem pesadonas de Slipknot.
Embora, ainda exista alguma tentativa de experimentação na psicadélica
‘Where The River Ends’, existem demasiados clichés que dificilmente tornam os seus 11 minutos de duração em algo que não monótono. Felizmente, temos depois músicas como
‘I Remember’ ou
‘Kisses & Kerosene’, onde as habituais histórias de violência, abusos sexuais e injustiças do sistema americano se revêm de uma forma bastante ímpar quando integradas no lirismo de Otep. De resto, ainda encontramos algumas malhas interessantes com bom de trabalho de guitarra e baixo, como os casos de
‘Sweet Tooth’ ou
‘Numb and Dumb’.
Apesar de não se revelar fraco em termos absolutos, o quarto álbum dos Otep exigia um crescimento que pareceu acontecer nos álbuns anteriores. Em vez disso, a banda californiana parece teimar demasiado em clichés que não lhes permitem se demarcar das restantes bandas, nem aproveitar todo o potencial contido na vocalista Otep.
5.5/10